terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A primeira visão

Nesta postagem vamos estudar o início do livro de Apocalipse, quando João teve a primeira visão após ter sido arrebatado em espírito (Ap. 1:10).

Muitos imaginam que João teve toda visão apocalíptica de uma só vez, porém nós observamos que houve várias visões independentes umas das outras. Logo neste início, está escrito que João foi arrebatado em espírito. Mais para frente está escrito que João recebeu um convite para subir ao céu e foi novamente arrebatado em espírito (Ap. 4:1-2). E houve também uma ocasião em que João se viu na terra e não no céu quando teve as visões (Ap. 13:1). Algumas versões dizem que o dragão pôs-se sobre a areia do mar, porém notamos que a primeira é a mais apropriada e mais freqüente nas diversas versões.

Os dez primeiros versículos são uma introdução, onde João se apresenta como mensageiro da parte de Jesus Cristo, o qual revelou esta profecia a ele.

Quando foi arrebatado, ouviu no céu uma voz como que de trombeta dizendo que o que ele iria ver agora deveria ser escrito e enviado às sete igrejas que estão na Ásia (Ap. 1:10-11).

Neste ponto vamos já esclarecer um símbolo muito freqüente neste livro e também em toda a Bíblia. Trata-se do numero sete. O sete é usado por Deus como símbolo de plenitude divina, ou seja, tudo que Deus faz, se completa dentro de um sete. Damos alguns exemplos: Deus criou os céus e a terra em sete dias, sendo seis com trabalho e um de descanso (Gen. 2:2-3). Deus determinou o ano sabático, ou seja, durante seis anos a terra poderia ser plantada, porém, no sétimo a terra deveria descansar (Lev. 25:3-4). Deus também determinou o ano do jubileu, ou seja, após cada sete períodos de sete anos (49 anos), o ano seguinte seria o do jubileu quando haveria a libertação dos servos, redenção da terra e descanso das colheitas (Lev. 25:10-15). Tudo que Deus faz, se encerra dentro de um "sete" considerando tudo completo sem nada mais para acrescentar ou completar.

Assim, estas sete igrejas estão representando todas as igrejas no mundo todo e em todas as épocas. Aquelas sete igrejas mencionadas existiam realmente na Ásia, cada uma com sua característica e representavam as outras igrejas que também existiam no mundo.
Estas sete igrejas também representam na mesma ordem, cada tipo de igreja que existiu através dos séculos desde os dias dos apóstolos até os dias de hoje. Da mesma forma, estas igrejas também representam cada pessoa de cada igreja desde Jesus até hoje.
Isto é plenitude. Na seqüência vamos encontrar os sete selos, as sete trombetas, as sete taças, e tudo com o mesmo significado simbólico de plenitude de Deus.

Apenas para exemplificar e dar melhor entendimento, dizemos que um copo de água está em sua plenitude quando está totalmente cheio de água, não cabendo nem uma gota a mais. Outro exemplo: a plenitude de uma semana é com sete dias, e não com cinco ou com oito dias, ou seja, a semana é plena, ou completa, com sete dias.

Quando João se virou para ver quem estava falando com ele, viu sete castiçais de ouro e um homem que estava no meio dos castiçais (Ap. 1:12-13).

A descrição deste homem identifica como sendo Jesus Cristo conforme os detalhes mencionados nos versículos 14 a 18. A espada que saia de sua boca simboliza a Palavra de Deus. A espada é uma arma de ataque e a Palavra de Deus é a arma que deve ser usada contra todos os ataques das trevas. Lembrar que Jesus venceu o diabo lá no deserto apenas citando a Palavra de Deus (Mat. 4:1-11).

O significado dos castiçais e das estrelas é encontrado a seguir no versículo 20. Os sete castiçais de ouro estão simbolizando as sete igrejas, que por sua vez engloba todas as igrejas do mundo em todos os tempos. Lembre-se que se você já aceitou a Jesus como seu Senhor e Salvador, você é parte da igreja, portanto você também está sendo representado por um desses castiçais.

As sete estrelas são identificadas como o anjo de cada igreja. Não se trata aqui de anjo protetor como aqueles seres angelicais que estão a serviço de Deus. O anjo neste caso também é um símbolo e é definido pela Palavra de Deus como sendo um mensageiro (Hebreus. 1:14), a estrela é usada para orientar e para guiar (Gen. 1:16; Mat. 2:2), portanto estas estrelas que são os anjos das igrejas, representam os pastores, os bispos ou quem exerce a direção das igrejas.

Quanto aos castiçais que representam as igrejas e cada indivíduo participante da igreja, é importante que se saiba com quais qualidades eles foram definidos na lei de Deus dada a Moisés.

O castiçal tinha que ser de ouro (Êxodo. 25:31) que simboliza a pureza e a santidade, assim, cada igreja e cada um de nós devemos ser puro e santo. Tinha que ser de ouro batido de uma só peça, não podia ter emendas assim como nós temos que ser lapidados e não podemos ter remendos. Sendo de uma só peça nos lembra que todos nós, integrantes da igreja de Cristo, devemos ser uma unidade no corpo de Cristo. Não pode haver divisões nem brigas ou rancores entre os participantes de uma igreja (Exo. 25:36). Estes castiçais também deveriam ter sete lâmpadas e não se trata de lâmpadas elétricas, mas de azeite que simboliza o Espírito Santo de Deus (Exo. 25:37). O azeite usado nesses castiçais também tinha que ser puro, e não podia faltar, pois as lâmpadas deveriam ser mantidas acesas continuamente (Exo. 27:20). O azeite é também um símbolo do Espírito Santo, e assim como o azeite não podia faltar nas lâmpadas, também o Espírito Santo não pode faltar na nossa vida.

Conhecemos a parábola das dez virgens onde as cinco imprudentes deixaram faltar o azeite em suas lâmpadas e não puderam entrar para as bodas (Mat. 25:1-13).

É muito importante este símbolo do castiçal aplicado a cada um de nós como parte da igreja de Cristo.
Deus não usa estes símbolos apenas por acaso. Assim como o castiçal era perfeito e puro, Deus quer que nós também sejamos perfeitos e puros. Deus disse ao seu povo: " Sede santos porque eu sou Santo" (Lev. 11:44). Ninguém pode dizer que é impossível ser santo, porque se Deus determinou que fossemos santos, é porque podemos ser santos. Deus não daria uma ordem impossível de ser cumprida ao homem.
Queremos esclarecer que não estamos falando aqui do tipo de santo ensinado por outra religiões como "Santo Antônio, santo Agostinho etc...." . estes "santos" são definidos pelo próprio homem depois da morte deles. Estamos falando de homens que literalmente são fiéis e tementes a Deus e cumprem a Palavra de Deus obedecendo aos seus ensinos, portanto aprovados por Deus ainda em vida e não depois de morto.

Você que está lendo estas linhas, também pode ser santo desde que obedeça a Palavra de Deus.

Voltando à visão dos sete castiçais, vimos que Jesus estava no meio deles, significando que Jesus anda no meio das igrejas, confirmando o que Jesus já havia dito que onde estariam dois ou três reunidos em nome Dele, Ele também estaria ali com eles. E vimos também que as estrelas estavam à sua destra, significando que Jesus tem todos os lideres de cada igreja em suas mãos. A igreja é liderada pelo seu dirigente, e este por sua vez é liderado por Jesus.

Nos versículos 13 a 16 deste primeiro capítulo, João descreve a visão que ele teve de Jesus Cristo no céu. Não nos esqueçamos que as visões são sempre simbólicas. Estava vestido de branco até os pés com um cinto de ouro. Os cabelos eram brancos como a neve. O branco simboliza a pureza. Seus olhos eram como chama de fogo, significando que seus olhos tudo vê, em tudo penetra, não há segredo para Jesus. Os pés como latão reluzente, um metal polido e durável e sua voz como de muitas águas, isto é, muito forte e possante. Apenas para fazer um comentário a respeito da voz de Jesus, sabemos que sua voz era realmente muito forte. Se lermos o texto em Mateus 15:29-39, vamos ver que Jesus falava ao povo à beira do mar e a uma multidão muito grande. Quem conhece o mar e a praia, sabe que é muito difícil falar com alguém ao longe na praia, pois o som se dispersa e é necessário gritar muito para se fazer ouvir. Continuando na visão de João, Jesus também se apresentava com uma espada na boca, que evidentemente simbolizava a sua palavra. E o seu rosto brilhava como o sol, representando a glória de Deus que estava nele.

Jesus também se identificou como sendo o primeiro e o último (Ap. 1:17) significando que ele é o único, é Deus, estava em Deus e será eternamente Deus.

Disse também que foi morto (foi morto na cruz), porém está vivo, portanto ele venceu a morte e a morte não tem poder sobre ele (Apoc. 1:18).

No mesmo versículo ele diz que tem as chaves da morte e do inferno. Como ele venceu a morte, e o seu sacrifício foi realizado para pagar os pecados dos homens para que os homens não fossem para o inferno, fica então evidente que Jesus tem todo o controle sobre a morte e sobre o inferno. Não significa que ele manda os homens para o inferno, mas que pode livrar os homens do inferno pela fé que os homens tem nele.

Esta foi a primeira visão de João no apocalipse. No próximo cap vamos estudar sobre as sete igrejas às quais João enviou as cartas.

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