domingo, 29 de janeiro de 2012

O plano de restauração

Se você já leu todo o livro do Apocalipse, verificou que estão registradas muitas catástrofes, com abalos nos céus e na terra (Ap. 6:12-14), muitos terremotos e muitas mortes (Ap. 11:13). Vamos estudar neste capítulo, uma das razões pela qual terão que acontecer todas aquelas catástrofes que estão registradas no livro do Apocalipse.

Para entender este plano, vamos voltar ao passado, no Jardim do Éden. Antes, porém, para que haja uma melhor compreensão do que queremos dizer, vamos imaginar que em algum lugar do mundo exista um lugar conforme descrevemos a seguir:

"Imagine um povo morando em uma ilha isolada do resto do mundo. Neste lugar, totalmente plano sem montanhas, vales ou precipícios e com muita vegetação, não existem ervas daninhas, nem vegetação inútil, mas somente arvores frutíferas e vegetação comestível, tudo puro e sem poluição. Todos os rios e lagos com águas puríssimas, própria para se beber e muitos peixes. Lá não existem insetos nem animais nocivos ou ferozes. O clima é sempre agradável, não há excesso de calor nem de frio, e não há terremotos, vendavais, tempestades ou coisa semelhante. Naquele lugar também não existem policia nem tribunais ou cadeias, porque todos os habitantes são honestos e justos. Também não existem médicos farmácias ou hospitais, porque não existe qualquer tipo de doença. A vida entre os habitantes é alegre, sadia e só existe a paz. Lá também não existem governos porque seus habitantes são dirigidos diretamente por Deus, eles espontaneamente obedecem rigorosamente cada palavra de Deus. Eles tem Deus como Rei, como Senhor, como Pai e vivem em plena comunhão com Ele."

Este seria um modelo do Éden que Deus planejou para o homem.

Deus criou os céus e a terra. Estabeleceu na terra, um jardim chamado Éden (Gen. 2:8), onde havia a absoluta perfeição (Gen. 1:31), plantado com árvores frutíferas, ideais para a alimentação humana (Gen. 2:9,16).

Colocou animais de todas as espécies para serem dominados pelo homem, porém nenhum animal era feroz ou perigoso (Gen. 1:25). Os animais somente se tornaram arredios e ferozes com temor do homem logo após o dilúvio Gn 9:2.

Finalmente Deus então criou o homem e o colocou nesse Jardim (Gen. 1:28).

O homem estava numa condição de absoluta perfeição, paz, tranqüilidade e o principal, em comunhão com Deus o seu criador (Gen. 2:19). Não havia morte nem doença, não havia maldição, dor ou qualquer outro tipo de problema. E o homem se comunicava com Deus diariamente (Gen. 3:8).

Deus criou o homem para que o homem O amasse, e vivesse em comunhão com Ele de livre e espontânea vontade, pois Deus não queria um fantoche que pudesse ser manipulado, mas uma personalidade livre que pensasse, e tomasse decisão, porém que Lhe obedecesse por vontade própria.

Para que o homem fosse testado no seu livre arbítrio, Deus colocou uma árvore no meio do Jardim, chamada Árvore da Ciência do Bem e do Mal, e disse ao homem para que não comesse daquela árvore, pois se comesse, o homem morreria (Gen. 2:17). Este era o teste para a fidelidade do homem.

Como sabemos, o homem foi tentado pelo diabo, não resistiu e comeu daquele fruto (Gen. 3:6). Como conseqüência, a condenação da morte foi aplicada. Por causa desse pecado de desobediência, o homem perdeu três grandes bênçãos que Deus lhe havia dado:

a) Perdeu a vida eterna, espiritualmente falando. O homem vivia em comunhão constante com Deus, agora, por causa do pecado, Deus se separou do homem, o espírito do homem foi considerado morto para Deus e o destino dele seria o inferno para sempre, totalmente isolado da presença de Deus (Gen. 3:8-9).

b) Perdeu a vida física do corpo. O homem não foi criado para morrer, porem nesse momento ele ganhou a morte física (Gen. 3:19).
Uma doença chamada envelhecimento tomou conta do seu corpo e iniciou-se o processo de envelhecimento até a morte. Conseqüentemente começaram a surgir doenças, dores e sofrimento de toda espécie.

c) Perdeu a terra. O homem perdeu a posse da terra, foi expulso do Jardim do Éden (Gen. 3:23), e a terra foi amaldiçoada. Ao invés de arvores frutíferas, começaram a surgir ervas daninhas (Gen. 3:18). Para comer, o homem agora precisava trabalhar de forma estafante (Gen. 3:17).

Ora, Deus havia planejado tudo bom e perfeito para o homem, e agora, por causa da interferência do diabo e por causa da desobediência do homem, todo plano foi destruído. Será que Deus se frustrou nesse plano? Será que agora Deus iria cruzar os braços como que dizendo: "Eu fiz o melhor para o homem e ele não obedeceu, agora o problema é dele."

De forma nenhuma, Deus nunca fica frustrado nos seus planos, tudo aquilo que Ele planeja e diz que vai fazer, Ele faz e ninguém tem possibilidade de frustrar ou anular os planos de Deus.

Por isso, Deus estabeleceu um outro plano para "consertar" o que o homem destruiu. Deus enviou o Seu Filho, Jesus, para restaurar todas as coisas.

O objetivo era retornar ao que Deus havia planejado desde o início, antes do pecado se estabelecer no meio do homem.

A vida eterna do espírito, Jesus conquistou no momento que Ele entregou sua vida naquela cruz (Isa. 53:4-5), ou seja, a condenação da morte que estava sobre o homem, agora caiu sobre Jesus que não merecia morrer (Mat. 27:46). A partir desse momento, o homem que crer e aceitar esse sacrifício tem o seu espírito recriado, o que a bíblia chama de novo nascimento (João. 3:7). Com isso, o homem tem acesso à vida eterna perdida lá no Éden (João. 3:16). Portanto, já temos em mãos o passaporte para a eternidade com Deus, só estamos esperando o dia da viagem.

A vida física do corpo, Jesus também conquistou no momento em que Ele ressuscitou e saiu daquele túmulo três dias após a sua morte (Luc. 24:1-3). Jesus venceu a morte e ressuscitou. O homem que aceitar a Jesus como seu Senhor e Salvador, além de ganhar a vida eterna, também ressuscitará no dia da volta de Jesus (1Cor. 15:52), assim como ele também ressuscitou. E desta forma teremos também um novo corpo sem defeitos e sem doenças e que não mais morrerá (Mat. 22:30).

A posse da terra, o homem vai receber das mãos de Jesus quando Ele voltar (Salm. 115:16). Porém a terra que hoje ainda está sob maldição, terá que ser restaurada, toda maldição deverá ser eliminada (Dan. 9:24) para ficar igual às condições do Jardim do Éden (Ezeq. 36:35). Isto é o que vai acontecer nos dias apocalípticos.

Naqueles dias, a terra passará sob fortes abalos, tudo que não presta será eliminado, todas as condições desfavoráveis serão modificadas (Ap. 21:1), todos os homens que continuarem rebeldes e desobedientes a Deus serão mortos e reservados para o dia do juízo (Ap. 9:18).

Costumamos dizer que a terra passará por uma funilaria geral, porém com seus habitantes dentro dela. Imagine um automóvel destroçado sendo consertado pelo funileiro com passageiros dentro do carro. Isto é o que vai acontecer na terra.

Depois de tudo isto, a terra com seus habitantes será novamente como era no Jardim do Éden antes do homem pecar, e então Deus dará continuidade ao plano inicial após este intervalo para conserto do estrago feito pelo homem (Ezeq. 36:35).

Olhando sob este ponto de vista, vemos que os fatos narrados no Apocalipse no seu estágio final são uma continuidade da criação narrada no início do livro de Gênesis. Os abalos catastróficos mencionados servirão para purificar e restaurar a terra e aplicar juízo sobre seus habitantes.

Nos dias de hoje, estamos simplesmente vivendo um parêntesis dentro da história da criação para que Deus reconstrua a obra desfeita pelo diabo e pelo homem.

Convém ressaltar que toda redenção da criação está fundamentada única e exclusivamente em Jesus Cristo, o Filho de Deus que veio ao mundo na forma de homem, e que por não ter pecado, e não ter participado da natureza pecaminosa gerada por Adão, não teve sobre si a condenação da morte promulgada por Deus no início da criação.

Por não ter condenação e ter vencido o pecado, assumiu a culpa sobre si, pagou o preço, venceu a morte e agora tem em suas mãos as chaves da morte e do inferno (Ap. 1:18) e tudo está debaixo do seu comando.

Na próxima postagem estaremos estudando os mesmos fatos do Apocalipse sob o ponto de vista profético.

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