A HARMONIA DO APOCALIPSE
Uma das causas pelas quais o entendimento do livro do Apocalipse se torna difícil, além dos símbolos, é que a ordem da narrativa escrita muitas vezes não corresponde exatamente à mesma ordem cronológica real dos fatos que irão acontecer. O leitor que não atentar para esse detalhe terá maior dificuldade em entender os fatos relatados no livro sob o ponto de vista histórico.
Queremos dizer que o livro do apocalipse, como qualquer outro, tem um relato histórico, ou seja, a narrativa de fatos que irão acontecer literalmente na terra e no céu, porém ao mesmo tempo, sendo a Palavra de Deus, há também a mensagem espiritual vinda diretamente de Deus ao nosso espírito. Essa mensagem não pode ser entendida por nenhum mestre literário, pois depende unicamente da revelação do Espírito Santo aos nossos corações. Neste estudo, sem dúvida estamos estudando não só a parte histórica, mas principalmente a mensagem de Deus para edificação de nossas vidas.
De acordo com a forma como está escrito, podemos concluir que João teve vários lances de visões em períodos separados, e não uma única visão total.
Em Apoc. 1:10 João diz que foi arrebatado em espírito e logo em seguida ele tem a visão das mensagens dirigidas às sete igrejas da Ásia.
Na seqüência, em Apoc. 4:1, ele diz que viu uma porta no céu e alguém o chamou, e ele foi novamente arrebatado em espírito.
Portanto até aqui podemos observar que ele teve dois lances de visões vistas do céu.
Em Apoc. 13:1 ele agora diz que se pôs sobre a areia do mar, e tem novas visões vistas da terra. Com isso já podemos perceber três lances de visões.
Não podemos dizer quantas vezes isto aconteceu e nem qual o intervalo de tempo entre as visões, mas é certo que não foi uma única visão total de uma só vez.
Podemos também observar os seguintes aspectos nas visões que João teve:
a) Ele viu separadamente, vários fatos que aconteceram simultaneamente, porém em lugares diferentes, que evidentemente tinham que ser relatados separadamente podendo nos dar a impressão de que os fatos eram consecutivos. Por exemplo, ao mesmo tempo em que surgem a besta e o falso profeta e instalam o reino na terra (Apoc. 13), os 144000 são assinalados e vistos no monte Sião (Apoc. 7 e 14). Para melhor entendimento e a título de exemplo, seria como que se alguém conseguisse ver ao mesmo tempo, algo acontecendo no Brasil e no Japão no mesmo dia e mesmo horário. Imagine uma pessoa com dois aparelhos de televisão ligados à sua frente, um ligado em um canal do Japão e outro do Brasil. Essa pessoa estaria vendo duas imagens em locais diferentes, mas que estariam acontecendo ao mesmo tempo.
b) Ele viu acontecimentos iguais sob ângulos diferentes. Cada vez que acontecia algo no céu, ao mesmo tempo havia uma conseqüência na terra. Como as visões e os relatos são separados, pode dar-nos a impressão de serem fatos diferentes e consecutivos. Por exemplo, a cada trombeta tocada, acontecia algo visto do céu que correspondia exatamente a cada taça derramada com algo acontecendo visto da terra. Os fatos ligados às trombetas e taças eram simultâneos porem vistos de ângulos diferentes. Para melhor entendimento, seria como que se alguém conseguisse ver ao mesmo tempo, um jogo de futebol olhando por cima do campo e ao mesmo tempo ver o mesmo jogo olhando por baixo no mesmo nível dos jogadores. Ele estaria vendo a mesma cena sob ângulos diferentes.
Vejamos outros detalhes que nos levam a entender que a ordem da narrativa não corresponde à mesma ordem cronológica:
O 1513 narra o aparecimento da besta e do falso profeta que, no entanto, já estavam atuantes desde o 156 na abertura dos selos.
O 154 mostra a igreja arrebatada diante do trono, no entanto o arrebatamento está narrado no 1513.
O 1518 aponta para o passado: CAIU - Verso 2; para o presente: SAI DELA - verso 4; e para o futuro: SERÁ LANÇADO - verso 21.
O 1518 também narra a queda do reino da besta, que só acontece definitivamente no 1519.
O juízo final está narrado no e pode ser visto também nos versos 18 e 19 do 1511
Em Apoc. 7:3, o anjo recebe uma ordem para não danificar a terra antes dos 144000 serem assinalados, no entanto, em Apoc. 6:14 já vemos a narrativa de um cataclismo na terra.
Vamos agora fazer uma análise muito importante no conjunto de narrativas de todo o livro. Fique com sua bíblia aberta no livro do Apocalipse para acompanhar estas observações.
Antes, porém, é importante lembrar como já falamos, que o número sete na Bíblia simboliza a plenitude de Deus, ou seja, Deus completa uma determinada obra dentro de um sete.
Até o capitulo 11 podemos observar de um modo geral, uma seqüência cronológica da seguinte forma:
Nos capítulos 1 ao 3 vemos a introdução e as mensagens às igrejas.
Nos capítulos 4 e 5 são vistos os santos na glória e o livro selado com sete selos.
No capitulo 6 são abertos os seis primeiros selos do livro.
No capitulo 7 são vistos os 144000 sendo selados e os mártires.
No 158 é aberto o sétimo e último selo e são tocadas as primeiras seis trombetas
(obs. As sete trombetas estão diretamente relacionadas com o sétimo selo, como se fossem sete capítulos dentro da sétima página do livro).
No capitulo 9 são tocadas as quinta e sexta trombetas.
No 1510 há um parêntesis com a visão do livrinho.
Finalmente, no capitulo 11 há a narrativa das duas testemunhas e é tocada a sétima e última trombeta.
Note que até aqui já foram abertos os sete selos e tocadas as sete trombetas. Considerando que o sete encerra um determinado plano de Deus, podemos então concluir com toda certeza que aqui, no 1511, terminam todas as atividades do período da tribulação, vindo em seguida o milênio e o juízo final.
E o resto do livro, referentes aos capítulos 12 até o 22?
Acontece que toda a narrativa da tribulação vista do ponto de vista do céu está contida nos capítulos 4 ao 11.
Agora João escreve novamente, repetindo toda narrativa da tribulação do ponto de vista da terra. Em Apoc. 13:1 João diz que se viu sobre a areia do mar, ou seja, aqui em baixo na terra, enquanto que no capitulo 4 ele tinha recebido uma ordem para subir ao céu.
No capitulo 12 temos a narrativa de Israel durante os três anos e meio da grande tribulação e seu triunfo no final.
No capitulo 13 está narrado o aparecimento da besta e do falso profeta.
No capitulo 14 são vistos os 144000 na terra já assinalados pelo anjo.
O capitulo 15 narra a visão das taças.
Finalmente no capitulo 16 são derramadas as sete taças sobre a terra.
Aqui termina novamente a segunda narrativa da tribulação vista da terra.
Observe que a besta e o falso profeta não são mencionados nos capítulos 4 a 11, porque nestes capítulos João estava no céu, enquanto que a besta e o falso profeta estavam na terra. Pela mesma razão, João vê no céu - 157, um anjo recebendo ordem para assinalar os 144000, e no capitulo 14, na terra, João vê os 144000 já assinalados no monte Sião junto com Jesus.
Observe também que no capitulo 7 João estava no céu e viu as almas dos mártires na gloria, enquanto que no capitulo 14 João estava na terra e viu a ceifa, ou seja os mártires sendo mortos.
Na seqüência, os capítulos 17 a 19 descrevem o reino da besta que se encontra pres ente na terra desde o capitulo 4, e nos capítulos 20 a 22 volta a seqüência cronológica com o milênio, juízo final e eternidade.
Este conceito se faz importante para podermos entender daqui para a frente, o que vai acontecer na ordem cronológica conforme descrito no livro. É importante também para entendermos porque durante o estudo nós não seguimos a seqüência numérica dos capítulos, sem lógica.aparentemente
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